Entenda por que fake news podem dominar o Brasil com nova medida do Facebook

Entenda por que fake news podem dominar o Brasil com nova medida do Facebook

O futuro ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira, afirmou que o fim da checagem de fatos pela Meta nos Estados Unidos da América (EUA) favorece a disseminação de fake news. A declaração foi dada após um evento no Palácio do Planalto.

Entenda por que fake news podem dominar o Brasil com nova medida do Facebook. Imagem: FDR

Para Palmeira, a decisão da empresa, responsável por plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, representa um retrocesso para a democracia. Ele destacou que o combate às fake news é essencial para proteger o debate público e evitar a manipulação da informação.

“Isso é ruim para a democracia. Porque você não faz o controle da proliferação do ódio, da desinformação, das fake news. Esse é o problema, precisa ter um controle. É preciso ter uma regulamentação das redes sociais. Isso está acontecendo na Europa, nos países aqui”, declarou o próximo Secom.

Sidônio Palmeira destacou que o Brasil, como um país soberano, tem autonomia para estabelecer suas próprias regras no combate às fake news. Ele reforçou a importância de iniciativas nacionais para preservar a integridade do debate público.

A decisão da Meta, anunciada pelo fundador Mark Zuckerberg no dia 7, foi vista como um aceno ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Figuras da direita frequentemente criticam a moderação e a checagem de fatos, classificando-as como formas de censura nas redes sociais.

O que diz o Facebook sobre a medida contra fake news?

A Meta anunciou que deixará de usar checagem independente de fatos no Facebook e Instagram, substituindo-a por “notas da comunidade”. Nesse modelo, inspirado no X, os próprios usuários avaliam a precisão das postagens, o que pode impactar o combate às fake news.

A mudança gerou reações divididas. Ativistas contra discurso de ódio alertam para riscos de um ambiente online mais inseguro, enquanto apoiadores de Mark Zuckerberg elogiaram o fim do que chamam de “censura”. Por enquanto, a decisão se aplica apenas nos Estados Unidos. No entanto, a Meta já sinalizou que mudanças na checagem de fake news poderão ser implementadas em outros países, incluindo o Brasil.

Quem é responsável pela checagem das fake news?

A verificação de fake news nas postagens das plataformas da Meta não é realizada diretamente pela empresa. Esse trabalho é conduzido por agências credenciadas à Rede Internacional de Verificação de Fatos (IFCN, na sigla em inglês).

A IFCN é uma organização independente e apartidária, dedicada exclusivamente ao combate às fake news. Por meio de critérios rigorosos, ela garante a credibilidade das análises feitas por seus parceiros globais.

“Não achamos que uma empresa privada como a Meta deva decidir o que é verdadeiro ou falso, e é exatamente por isso que temos uma rede global de parceiros de verificação de fatos que revisam e classificam de forma independente potenciais desinformações no Facebook, Instagram e WhatsApp”, diz um post de junho de 2021 do blog da Meta que explica como funciona o sistema.

A Rede Internacional de Verificação de Fatos (IFCN) foi criada em 2015 pelo Instituto Poynter, uma entidade sem fins lucrativos voltada à promoção de um jornalismo ético e imparcial. A iniciativa reúne verificadores de fatos de diversos países para combater a disseminação de fake news.

O Instituto Poynter, com sede na Flórida, é proprietário do jornal Tampa Bay Times e reconhecido por premiar grandes nomes do jornalismo, como Tom Brokaw, Bob Woodward e Anderson Cooper. De acordo com a Meta, todos os parceiros responsáveis por verificar fake news em suas plataformas passam por um rigoroso processo de certificação conduzido pela IFCN.

Como funciona a checagem de fake news do Instagram atualmente?

Etapa 1 – Identificação de fake news:

  • Postagens com conteúdo potencialmente falso são sinalizadas por usuários, comunidades da Meta ou verificadores de fatos, que têm liberdade para isso;

  • A Meta também utiliza inteligência artificial para identificar padrões, como a rapidez com que o conteúdo se espalha e quem está interagindo com ele;

  • A empresa intensifica a identificação de conteúdos falsos em eventos de grande repercussão, como eleições, pandemias, desastres naturais e conflitos.

Etapa 2 – Revisão:

  • Os verificadores de fatos revisam as postagens e classificam a precisão das informações;

  • O processo de revisão pode incluir entrevistas com fontes primárias, consulta a dados públicos e análise de mídias, como fotos e vídeos.

Etapa 3 – Ação:

  • A Meta não remove conteúdos com base exclusivamente na checagem de fatos, nem bloqueia contas de usuários;

  • Conteúdos só são removidos quando há violação dos Padrões da Comunidade, que são as políticas de uso da plataforma, sem relação com o programa de verificação de fatos;

  • Quando identificados como falsos, os conteúdos têm sua distribuição reduzida, o que significa que menos pessoas os visualizarão;

  • Os usuários que compartilharam ou tentam compartilhar o conteúdo falso são notificados e recebem um aviso, além de um link para o relatório original do verificador de fatos, refutando a alegação.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga

Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia – MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.

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