Mães denunciam aluno de escola particular por criar falsos nudes de adolescentes com IA


Caso é investigado pela DDM de Sorocaba (SP) como ato infracional, ‘análogo a utilizar-se de criança ou adolescente em cena de sexo explícito’. Mães procuraram a DDM de Sorocaba para denunciar o caso
Reprodução/TV TEM
Ao menos 10 mães registraram um boletim de ocorrência denunciando que um aluno de uma escola particular de Sorocaba (SP) teria criado falsos “nudes” de adolescentes, também alunas do colégio, com Inteligência Artificial (IA). A Polícia Civil informou, nesta terça-feira (20), que o caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
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Conforme o relato de uma das mães, o grupo de alunos fez uma viagem a um acampamento em Sapucaí-Mirim (MG), onde ficaram por quatro dias.
Neste acampamento, o menino, que é filho do dono de uma concessionária de veículos de Sorocaba, teria tirado fotos com zoom nos seios e nádegas das adolescentes. Ainda conforme relatos, ele mostrava os registros para os colegas e, supostamente, dizia que iria estuprá-las.
Na terça-feira (13), três dias após retornar do acampamento, ele teria divulgado para colegas cerca de 1,5 mil fotos, sendo que algumas teriam sido alteradas por IA, onde as meninas estariam nuas. A mãe não soube especificar a quantidade de fotos manipuladas.
A prática chama-se deepfake e permite alterar um vídeo, imagem ou áudio por meio de inteligência artificial. Os softwares conseguem “remover” a roupa da foto e simular as partes íntimas.
Em 2020, uma empresa holandesa especializada em monitoramento do uso de IA alertou que nudes falsos de mais de 100 mil mulheres estariam circulando pela web.
A denúncia foi feita por outros alunos à direção da escola e a família do adolescente teria o transferido do colégio para evitar retaliações. Ainda na terça-feira, as mães das alunas registraram boletins de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher de Sorocaba, e o caso foi transferido para a Delegacia da Infância e da Juventude.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) confirmou o registro do caso na DDM como ato infracional, “análogo a utilizar-se de criança ou adolescente em cena de sexo explícito”.
Ainda conforme a SSP, as mães das adolescentes foram até a delegacia para relatar o caso, e que, por envolver menor de idade, o caso será encaminhado à Vara da Infância e Juventude para que o Ministério Público aplique a medida sócio educativa mais adequada.
O g1 e TV TEM tentaram contato com o Colégio Uirapuru e com os pais do adolescente, mas não tiveram retorno até a última atualização desta reportagem.
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