Motorista foi morto por vingança de gerente de distribuidora na Serra

A Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra concluiu as investigações sobre o homicídio de Hudson Batista Diniz, ocorrido na madrugada de 17 de novembro de 2024.

O gerente de uma distribuidora de Jardim Tropical, Raul Alves da Silva, de 27 anos, foi preso apontado como executor. A prisão foi realizada no dia 27 de dezembro de 2024.

De acordo com o delegado chefe da DHPP da Serra, Rodrigo Mori, o primeiro episódio da tragédia se deu na distribuidora da empresa Era do Gelo”, localizada entre os bairros Jardim Tropical e José de Anchieta.

Por volta da meia noite, o gerente da distribuidora, Raul (de camisa vermelha no vídeo), parou com carro, uma saveiro vermelha, e entrou no local. Logo após, Hudson e a namorada chegaram ao estabelecimento, e, ao entrarem, a mulher esbarrou em Raul, o que, segundo Mori, causou um desconforto no gerente.

“Raul olhou a mulher de cima a baixo, o que incomodou o companheiro dela, Hudson. Ele reagiu e foi até Raul”, explicou o delegado. Segundo Sandi Mori, o clima tenso logo se agravou.

Raul saiu da distribuidora e foi buscar uma arma de fogo. No mesmo momento, Hudson e a namorada foram até a casa deles, onde guardaram as bicicletas e pegaram um veículo Corolla para sair em busca de um lanche.

Quando os dois veículos se cruzaram na rotatória da Avenida dos Jacarandás, o que parecia ser um encontro casual se transformou em um momento de violência. “Raul, já armado, começou a disparar contra o veículo de Hudson e namorada. Nas imagens da câmera de segurança, podemos ver claramente Raul com a arma em punho, atirando em direção ao carro. O primeiro disparo atingiu a cabeça de Hudson, que perdeu os sentidos e acabou batendo o carro contra um muro”, relatou Mori.

Antes de fugir do local, Raul emparelhou o veículo com o de Hudson e disparou mais três vezes. “O veículo foi atingido por oito disparos. Felizmente, a mulher de Hudson, que estava no banco do carona, não foi ferida”, disse o delegado.

Hudson foi socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu três dias depois. Após o crime, Raul fugiu para São José dos Campos, no estado de São Paulo. “Com o trabalho integrado entre a DHPP de Serra e a divisão de homicídios de São José dos Campos, conseguimos localizar Raul e prender ele em 27 de dezembro, quarenta dias após o crime”, completou Sandi Mori.

Investigação

Raul foi ouvido pela polícia e, durante o depoimento, confessou ser o autor dos disparos. Ele alegou ter agido em legítima defesa, mas essa tese foi descartada pela polícia e pelo Ministério Público.

“Durante a investigação, ficou claro que a motivação do crime foi pessoal e que o uso da arma de fogo foi desproporcional”, afirma o delegado. A investigação também descartou qualquer envolvimento de Hudson com atividades ilícitas. “Hudson era educador físico, sem passagens pela polícia, e não tinha envolvimento com crimes”, explicou o delegado.

Raul foi preso preventivamente e, após ser capturado em São José dos Campos, será transferido para um presídio do Espírito Santo, onde aguardará o andamento do processo. Ele foi indiciado por homicídio qualificado, com três qualificadoras: motivo fútil, perigo comum e impossibilidade de defesa da vítima. Ele já era condenado pela Lei Maria da Penha em São Paulo.

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