Preso por adulterar veículos replicava números do chassi

Fabrício Vieira Coelho, o “Cesar”, de 29 anos, apontado como um dos principais adulteradores de veículos da Grande Vitória, usava um processo sofisticado de “gabarito”, uma técnica na qual ele criava moldes para replicar os números do chassi de veículos, tornando a adulteração quase indetectável.

A polícia também apreendeu um Fiat Toro, avaliado em cerca de R$ 100 mil, que foi utilizada no esquema de falsificação e adulteração. Fabrício foi preso na última quinta-feira (23), durante a segunda fase da Operação “Adulteration”, que desarticulou o esquema de adulteração de veículos no município da Serra, mas revelou-se muito mais abrangente, desmascarando um criminoso extremamente inteligente e multifacetado.

“Mais do que nós estávamos procurando, encontramos um criminoso que vai além da simples adulteração de veículos. Ele é um cara inteligentíssimo, com diversas habilidades, que incluíam falsificação de documentos como CNHs e licenciamento de veículos, além de manipulação de chassi de carros”, afirma o delegado.

A operação começou em abril de 2023, quando a equipe da DFRV tomou conhecimento de um veículo Amarok totalmente adulterado. A partir daí, o Serviço de Inteligência da Polícia Civil iniciou uma investigação que levou até o nome de Fabrício Vieira Coelho.

O criminoso foi localizado e preso em um condomínio de luxo no bairro Praia de Itaparica, em Vila Velha, onde foram apreendidos diversos materiais, incluindo uma impressora para gravação e cortes a laser, utilizada para adulteração de chassi de veículos, além de um veículo, celulares e um computador.

Com a prisão de Fabrício, foi possível descobrir que ele não se limitava apenas à adulteração de veículos. Durante a investigação, a polícia identificou que ele também falsificava documentos públicos, como CNHs e licenciamento de veículos, enviando-os para outros estados da federação.

“Ele utilizava impressoras e equipamentos especializados para criar gabaritos e até falsificar laudos de veículos. Esse processo envolvia a manipulação dos números de chassi, o que permitia a legalização de veículos roubados”, explicou Ximenes.

Preso por adulterar veículos replicava números do chassi
Foto: divulgação/Polícia Civil

Desdobramentos da Operação

Fabrício conseguiu se esconder por cerca de 10 dias em casa após saber que estava sendo investigado. Segundo Ximenes, a prisão dele é apenas uma parte da estratégia de desmantelar uma organização criminosa mais ampla. “Fabrício é apenas uma peça dessa rede. A investigação agora foca em identificar e capturar outros membros dessa organização”, afirmou o delegado.

A Fabrício foi oferecido um termo de colaboração para fornecer informações sobre outros envolvidos, mas ele se recusou a cooperar. “Ele assinou o termo de colaboração, mas não quis fornecer nenhum dado sobre a organização criminosa. Acreditamos que ele esteja tentando proteger outros membros da rede”, completou Ximenes.

Garçom

Segundo o delegado, Fabrício trabalhava como garçom antes do crime. Esse envolvimento está diretamente relacionado a uma opção de vida. “Ele era garçom e, como muitos outros criminosos, fez uma escolha. Ele optou por ingressar no crime, seduzido pela perspectiva de ganhar muito mais do que poderia com um salário de R$ 2 mil reais por mês”, diz o titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos (DFRV), Luiz Gustavo Ximenes.

O delegado ainda ressaltou que, embora os crimes cometidos por Fabrício sejam complexos, eles têm uma origem socioeconômica: “O crime é, em muitos casos, uma opção por melhores condições financeiras, e isso ficou claro no caso de Fabrício.”

 

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