Passaporte brasileiro retrata diversidade natural e cultural do país


Modelo contém fotografias de animais, plantas e patrimônios históricos de todas as regiões do Brasil. Foto de harpia feita em 2016 no Rio Cristalino por João Quental foi selecionada para compor passaporte brasileiro
Casa da Moeda do Brasil
O Brasil passou a emitir uma nova versão de passaporte, que traz uma inovação significativa: uma rica iconografia que celebra a diversidade e a beleza do país. O documento revela elementos visuais que representam a Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal, proporcionando uma verdadeira imersão na diversidade natural e cultural do Brasil.
Cada imagem foi cuidadosamente selecionada para capturar a essência das diferentes regiões do Brasil e suas características únicas. Entre algumas das contribuições estão as fotografias de João Quental, renomado fotógrafo de natureza.
Duas de suas imagens foram escolhidas para o passaporte: uma impressionante fotografia da harpia, capturada em 2016 no Rio Cristalino, e outra da pomba-de asa-branca, tirada em 2009. Essas fotos destacam a majestade e a riqueza da avifauna brasileira e foram escolhidas por sua capacidade de representar a beleza natural do país em toda sua plenitude.
Crescimento populacional lento, destruição de grandes áreas florestais e caça indiscriminada tornam harpia ameaçada de extinção no Brasil
João Quental
“Recebi o contato da Casa da Moeda em 2017, quando eles estavam em busca de imagens de aves brasileiras. Eles já vieram com as espécies escolhidas e me pediram mais algumas, como a do uirapuru, que acabou não sendo utilizada. Mas, foi apenas no final do ano passado que soube que minhas fotos haviam sido escolhidas para o novo passaporte,” contou Quental.
Quental revela que a inclusão das fotos tiradas por ele foi uma surpresa muito agradável, pois quando o pedido foi feito, por questões de sigilo, ele não sabia para qual finalidade seria. “Eu imaginei que fosse para algum selo. De repente um casal de amigos me avisou que tinha renovado o passamento e que ele estava lindo”.
A fauna brasileira sempre desempenhou um importante papel na história da representação nacional, aparecendo em selos e cédulas de dinheiro ao longo dos anos. Para Quental, a inclusão da natureza do nosso país em um documento como o passaporte é uma forma incrível de celebrar e lembrar nossa biodiversidade.
Pomba-de-asa-branca vive nos campos com árvores, áreas urbanas, cerrados, caatingas e florestas de galeria
João Quental
Entre as espécies de animais destacadas no passaporte estão: onça-pintada, mico-leão-dourado, capivara, tucano, carcará, sagui-de-tufo-branco, coruja-buraqueira, harpia, pomba-de-asa-branca, curicaca, tuiuiú, cervo-do-pantanal, gavião-belo, gralha-azul, boto, tartaruga verde, entre outras.
O novo passaporte guarda também espaço para a riqueza da flora brasileira. A flor da lobeira e o pequi representam o Cerrado, já a flora da Caatinga está representada pelo mandacaru e pela palmeira de carnaúba. Da Amazônia, estão a castanha-do-pará, o guaraná e a vitória-régia.
A fauna da Caatinga está representada pela asa-branca, aspecto da fauna da região imortalizado na canção de Luiz Gonzaga, e pelo sagui-de-tufo-branco
Casa da Moeda do Brasil
A fauna da Região Sul está representada pelas araucárias, a pinha (fruto do pinheiro) e as sementes de pinhão (fruto da araucária).
Idealizado pela Casa da Moeda do Brasil (CMB), em colaboração com a Polícia Federal (PF) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o novo modelo de passaporte começou a ser emitido em 29 de setembro de 2023 e não houve alteração no valor.
Devido à necessidade de garantir altos níveis de segurança, o novo passaporte brasileiro não pode exibir imagens em sua forma original. Todas as fotografias foram processadas por um software especializado para evitar possíveis tentativas de falsificação.
Todas as fotografias foram processadas por um software especializado para evitar possíveis tentativas de falsificação
Casa da Moeda do Brasil
Além disso, o passaporte inclui figuras visíveis apenas sob luz ultravioleta, 13 marcas d’água, perfuração a laser e um laminado holográfico na página de dados.
Marca da identidade nacional
Além de homenagear os biomas e a fauna silvestre, o passaporte contém fotografias de paisagens naturais e de manifestações culturais.
Pontos turísticos emblemáticos como o Museu de Arte de São Paulo (MASP) foram selecionados para ilustrar o passaporte
Casa da Moeda do Brasil
Pontos turísticos emblemáticos como o Mercado Ver-O-Peso, em Belém do Pará (PA), o Teatro Amazonas em Manaus (AM), o Museu de Arte de São Paulo (MASP), a Praça da Apoteose no sambódromo do Rio de Janeiro, a Pedra da Cebola em Vitória (ES), a estufa do Jardim Botânico de Curitiba (PR) e as ruínas de São Miguel das Missões (RS), foram selecionados para ilustrar o passaporte.
Alguns patrimônios culturais também estão representados, como é o caso do berrante, da viola-de-cocho, comum nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, do berimbau, muito usado na Bahia, e da cuia de chimarrão.
Alguns patrimônios culturais também estão representados, como é o caso do berrante e da viola-de-cocho, comum nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
Casa da Moeda do Brasil
Compõem ainda o documento instrumentos musicais fabricados pelo povo Ashaninka (AC), o artesanato de capim dourado do Jalapão (TO), a boneca Ritxòkò confeccionada em barro pelas mulheres da etnia Karajá (habitantes das margens do Rio Araguaia do Tocantins até o Mato Grosso), entre outros elementos.
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