A coqueluche, uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria Bordetella pertussis, voltou a preocupar no Espírito Santo em 2025. Entre as semanas epidemiológicas de 29 de dezembro de 2024 a 18 de janeiro de 2025, foram registrados 49 casos suspeitos da doença no estado, dos quais 10 foram confirmados, sem óbitos. A maior parte dos casos ocorreu em crianças menores de um ano, especialmente em bebês em fase de amamentação que ainda não completaram o esquema vacinal. Entre os casos confirmados, seis eram do sexo masculino e quatro do sexo feminino.
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, destacou que o grupo mais vulnerável são os bebês com menos de seis meses, devido ao sistema imunológico em formação. Segundo ele, a vacinação é fundamental para controlar a disseminação da doença, que ocorre principalmente por contato respiratório. No entanto, fatores como cobertura vacinal insuficiente, movimentos antivacina e a chegada de pessoas ao estado sem imunização adequada contribuem para a manutenção do problema.
Em 2024, o Espírito Santo notificou 856 casos suspeitos de coqueluche, com 149 confirmados, e registrou 25 surtos, sendo a maioria em residências e alguns em instituições, como creches. Apesar do aumento de casos em algumas regiões, como a Norte, Central e Metropolitana, o estado não registra óbitos pela doença desde 2014, quando a vacinação de gestantes com a vacina tríplice bacteriana acelular (dTpa) foi introduzida.
Orlei explica que o diagnóstico da coqueluche é feito por médicos com base nos sintomas, sendo confirmado por exames laboratoriais como o RT-PCR, realizado pelo Laboratório Central (Lacen), que fornece resultados entre 24 horas e 72 horas. Exames como raio-X de tórax também podem ser solicitados em casos suspeitos. A coqueluche é mais comum nas estações de primavera e verão, e o controle depende de ações como vacinação em tempo hábil, notificação de casos e medidas de bloqueio.