China suspende temporariamente compras de soja de cinco empresas brasileiras

A China, que responde por cerca de 70% das exportações de soja do Brasil, suspendeu temporariamente as importações de cinco unidades de empresas brasileiras. A informação foi confirmada nesta quarta-feira, 22, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A suspensão foi comunicada pela Administração-Geral de Aduanas da China (GACC). 

Em nota, a pasta informa que, “assim como no Brasil, a China realiza monitoramentos de rotina nos produtos importados, sendo que foi detectada a presença de soja com revestimento de pesticidas e de pragas quarentenárias nos carregamentos avaliados pelas autoridades chinesas.” Com isso, de forma a viabilizar uma investigação rápida e eficaz por parte das empresas envolvidas e pelo Mapa, as unidades notificadas das cinco empresas foram suspensas temporariamente. 

A pasta não informa as unidades, mas indica que já iniciou ações para avaliação dos casos. “O Mapa possui expectativa do recebimento, na maior brevidade possível, dos planos de ação das empresas envolvidas para demonstrar os procedimentos adotados para evitar novas ocorrências das não conformidades detectadas pelos chineses”, destaca o comunicado.

Após essas ações, o governo brasileiro enviará todas as informações para avaliação das autoridades chinesas. Em seguida, pedirá a imediata revogação da suspensão temporária das cinco unidades das empresas envolvidas. O Mapa ainda diz que o tema está sendo tratado com naturalidade, considerando que não conformidades como as apontadas pelo governo chinês são passíveis de ocorrer na rotina das exportações. 

Impactos nas negociações

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, os volumes negociados pelo Brasil não serão afetados em função desta suspensão temporária. A Associação Brasileira dos Exportadores de Grãos (Anec) informou que reuniões serão realizadas para avaliar o impacto da medida e discutir possíveis soluções.

Ao Agro Estadão, o analista Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio, descartou efeitos no mercado agrícola neste momento. “Mas, precisamos monitorar para vermos se não se trata de uma estratégia de cancelamentos para nova compra a preços mais baixos”, ponderou. 

Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do agronegócio brasileiro. Além da soja, a carne bovina também figura entre os principais itens comprados pelos chineses. No final do ano passado, o país anunciou a abertura de um processo para investigar a aplicação de medidas salvaguardas (taxa) sobre a importação de carne bovina de todos os países fornecedores, entre eles, o Brasil. A defesa da proteína brasileira já está em andamento.

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