Inseticida contra vetor da febre do oropouche é testado no Espírito Santo

Uma nova esperança surgiu no controle do maruim, mosquito vetor da febre do Oropouche, com a realização de testes inéditos em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Até o momento, não há no mundo um inseticida desenvolvido especificamente para combater o Culex paraensis, conhecido como maruim. No entanto, um teste realizado nesta sexta-feira (17) com o inseticida ACTELLIC pode abrir caminho para uma solução.

No Espírito Santo há registro de uma morte por oropouche e quase 7 mil notificações. A única morte, segundo o painel da Secretaria de Saúde (Sesa) foi registrada na cidade de Fundão, onde 53 pessoas foram acometidas da febre.

Teste e monitoramento

A empresa Vetorial Brasil, especializada no controle de pragas, liderou os testes em parceria com técnicos da empresa e com a Unidade de Vigilância de Zoonoses de Cachoeiro de Itapemirim. O produto foi avaliado no Centro de Manutenção Urbana (CMU), escolhido como local estratégico pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus) para monitorar os resultados e analisar a eficácia no combate ao maruim.

O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, havia destacado anteriormente a dificuldade de encontrar um inseticida eficaz contra o vetor devido às suas características. “Nós conversamos até com empresa multinacional e fizemos reunião aqui no estado com uma empresa da Alemanha, mas ela não conseguiu testar molécula nesse vetor porque ele é muito pequeno, difícil de capturar”, explicou em entrevista concedida ao ES Hoje em dezembro.

O teste realizado em Cachoeiro faz parte de uma iniciativa maior da SYNGENTA, que busca se tornar fornecedora de insumos para o Ministério da Saúde no controle de vetores. “A Semus, por sua vez, se antecipa ao processo para avaliar soluções que possam ser aplicadas de forma eficaz no combate ao Culex paraensis e, assim, contribuir para a redução de doenças como a febre Oropouche”, disse a Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeiro de Itapemirim.

Se os resultados forem positivos, os dados serão encaminhados à empresa e à Superintendência Regional de Saúde de Cachoeiro de Itapemirim (SRSCI), instância ligada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Isso pode levar à implementação de novos protocolos para o controle do maruim, ampliando as ferramentas disponíveis para lidar com o vetor e as doenças que ele transmite. A iniciativa é um marco no combate à febre do Oropouche, um problema crescente que demanda soluções urgentes e eficazes.

 

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