Exportação de café bate recorde de 50,4 milhões de sacas em 2024

café arábica

O Brasil exportou 3,808 milhões de sacas de 60 kg de todos os tipos de café em dezembro, um aumento de 8,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A performance gerou uma receita cambial de US$ 1,145 bilhão, alta de 42,2% em relação ao mesmo período de 2023. Os números são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Com o desempenho do mês passado, o país fechou o ano com recorde histórico de 50,443 milhões de sacas de café exportadas para 116 países, 28,5% a mais que em 2023. De janeiro a dezembro de 2024, as exportações do grão geraram US$ 12,515 bilhões ao Brasil, o melhor desempenho na história do levantamento e um aumento de 55,4% sobre 2023. 

“É um ano em que nós exportamos sustentabilidade, qualidade, credibilidade e diversidade. O café é produzido em mais de 36 regiões produtoras do mundo e o Brasil é líder em todos esses aspectos”, disse o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, em coletiva de imprensa.

Tipos de café

No acumulado dos 12 meses de 2024, o café arábica foi o mais exportado pelo país, com o envio de 36,946 milhões de sacas ao exterior, o equivalente a 73,2% do total de exportações. Segundo o Cecafé, esse é o maior volume da série histórica para a espécie e representa uma alta de 19,8% em comparação com 2023.

Já os cafés canéforas (conilon + robusta) representaram 18,5% das exportações totais, com um volume total de 9,356 milhões de sacas enviadas ao exterior entre janeiro e dezembro de 2024. O montante representa uma expressiva evolução de 97,9% frente a 2023. 

O segmento do café solúvel exportou 4,093 milhões de sacas, o que equivale a 8,1% do total de exportações. O volume representa um avanço de 13% e é o segundo melhor desempenho para o setor. O produto torrado ou torrado e moído representou 0,1% das exportações de café em 2024, com 48.687 sacas embarcadas, um recuo de 5% frente a 2023.

Principais destinos

Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações do café brasileiro em 2024. Os norte-americanos importaram 8,131 milhões de sacas de janeiro a dezembro, o que equivale a 16,1% de todas as exportações e implica em crescimento de 34% na comparação com 2023.

A Alemanha, em segundo lugar com 15% de representatividade, adquiriu 7,590 milhões de sacas, um aumento de 51,3% em relação ao ano anterior. Na sequência, vieram Bélgica, com a importação de 4,348 milhões de sacas (+96,4%); Itália, com 3,914 milhões de sacas (+25%); e Japão, com 2,211 milhões de sacas (-6,3%).

Safra 2024/2025 e perspectivas para o café

No acumulado entre julho e dezembro de 2024, as exportações brasileiras de café somaram 26,049 milhões de sacas e geraram uma receita cambial de US$ 7,165 bilhões. Segundo o Cecafé, ambos os valores são os maiores da história para o primeiro semestre de um ano-safra cafeeiro no Brasil. Na comparação com os seis primeiros meses da temporada 2023/24, houve um aumento de 13% em volume e de 59,4% em receitas.

O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, disse na coletiva que o setor tem boas expectativas em relação ao volume de exportação de café para o ano de 2025. 

“Nós trabalhamos com uma possibilidade de uma safra menor do café arábica e uma safra melhor do robusta. Não vejo uma possibilidade de novo recorde, até porque os recordes não acontecem na sequência de anos. Pode acontecer eventualmente acidentes climáticos que impactam de alguma maneira a produção. Mas o que vislumbramos é um ano bom para a cafeicultura nacional e preços bons para os produtores”, projeta.

Desafios logísticos

Apesar dos recordes alcançados, o Cecafé destaca os desafios logísticos enfrentados pelo setor, especialmente em relação aos frequentes atrasos nos portos brasileiros, as alterações de escala dos navios para o embarque dos produtos e as sucessivas rolagens de cargas.

Segundo o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, cerca de 1,6 milhão de sacas de café estão paradas nos portos brasileiros, atualmente, por conta do atraso de 66% dos navios, além da alteração de escala de 200 embarcações. 

“O crescimento da exportação é certo e a infraestrutura é restrita. Os relatórios do Cecafé mostram que os nossos exportadores pagaram quase R$ 12 milhões de reais em taxas extras em armazenamento adicional, pré-stacking, antecipação de gates. Tudo isso é muito ruim para o agro brasileiro, porque as margens são muito apertadas”, avalia Marcos Matos.

O relatório completo das exportações dos cafés do Brasil em 2024 está disponível no site do Cecafé.

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