Agro em janeiro: 5 pontos para ficar de olho

agronegócio milho

O nosso espaço no Agro Estadão reserva sempre um dos artigos do mês para levantar o que seriam os pontos mais relevantes para acompanhar. Para janeiro, são esses os destaques para o agronegócio:

1. Clima

Atenção ao andamento da safra 2024/2025 de grãos no hemisfério sul (especialmente Brasil e Argentina). Projeções indicam recordes na soja e milho, aparente neutralidade da La Niña e maior área projetada para grãos. Clima vem vindo muito bem, com chuvas em bons volumes e intensidade solar, a grande safra começa a ser colhida e em muitos locais já se tem o plantio da segunda safra. Por isso, é fundamental continuar com clima bom. No 3º levantamento para a safra 2024/25 de grãos no Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trouxe a estimativa de produção total em 322,4 mi de t, alta de 8,2% no comparativo com o ciclo passado; ou 24,5 mi de t adicionais. Já em relação à área, o relatório prevê 81,4 mi de ha, o mesmo apontado no mês passado; 1,8% superior a 2023/24 ou 1,5 mi de ha adicionais.

2. Trump

Início da gestão de Donald Trump nos Estados Unidos, que vem forte com equipe técnica e amplo apoio político no Senado e Congresso. Observar as primeiras medidas a serem anunciadas e prováveis taxações da China e países dos BRICS (incluindo o Brasil), que podem afetar o agronegócio, trazendo mais demanda para as nossas exportações.

3. Custo de insumos

Prestes a iniciar a 2ª safra, analisar os custos dos insumos, especialmente com a situação do dólar em níveis históricos. Produtores que adquiriram os insumos antecipadamente terão melhor situação do que os que postergaram as compras e provavelmente terão preços mais elevados devido à grande desvalorização do Real.

4. Crise política e econômica

Acompanhar que medidas devem ser anunciadas pelo Governo para conter a crise de confiança em relação ao grave problema fiscal que interferiu no câmbio, na Bolsa, nos juros. O dólar atingiu recorde histórico afetando o endividamento e soma-se a isto a drenagem que será feita no caixa das empresas devido ao aumento da taxa de juros.

5. Inflação

Observar o consumo interno de alimentos e bebidas com as festas de final de ano e os aumentos de preços quando os estoques do varejo forem recompostos. Muitos produtos terão reajustes provavelmente acima de 10% o que trará desconforto na população e queda na taxa de aprovação do Governo.

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